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segunda-feira, 21 de abril de 2014

O que é mais difícil do que emagrecer?



**POST SUPER LONGO**

No palestra dos vigilantes de sábado, a orientadora nos fez pensar em coisas que foram muito difíceis, que já superamos e que, pensando bem, são mais difíceis do que emagrecer.

Não é desprezar o esforço de emagrecermos, pois sabemos bem que não é tão fácil assim. Mas, convenhamos: o que devemos fazer nós sabemos. Se tomarmos a responsabilidade por todos os atos e não fizermos que não devemos, emagreceremos.

Você tem uma situação em que pode se apegar?

Pensando, eu lembrei de três situaçõess:
Quando eu tinha uns 13 anos de idade, talvez menos, o meu pai teve que sair de casa por uma série de problemas financeiros. Mais do que o fato de ver nossa vida financeira ruir, vi meu pai sair de casa para tentar fazer com que as coisas ficassem menos ruins. Minha mãe estava por perto e tudo mais, mas saber os motivos e ver como as pessoas agem por conta de dinheiro foi muito difícil pra mim. Mas superamos!

Muitos anos depois...

Quando acabei a faculdade eu fui morar fora do Brasil. Duas coisas me motivavam: ver coisas que só tinha visto em filmes/livros e um ex-namorado que, antes de terminar comigo (dizendo que um dos maiores motivos era o fato de eu ter engordado) e durante uma conversa nossa onde eu expunha a vontade de viajar me disse: você não fala outro idioma, nunca daria conta de fazer uma coisa dessas.
Quatro meses depois de acabar a faculdade eu saí do Brasil para ficar de 9 meses a 1 ano fora. Voltei 4 anos depois, com um monte de experiência, mais dois idiomas no bolso e o diploma de mestre em uma universidade super bem conceituada.
Meu corpo, é verdade, destruiu-se nesse período. Engordei como nunca.
Mas lembrar do começo, quando eu não era capaz de articular uma frase em outra língua e ver como me virei, posso dizer: me dá um baita orgulho.

Durante esse período, bem no começo (quando estava lá a 9 meses), tive um problema bastante grave. Morava com uma família e a mulher apanhava do namorado. Eu entrava no meu quarto, fechava a porta e não me metia. Tinha muito medo e, além do mais, não conseguia articular o idioma de uma forma a me fazer entender de verdade.
Um dia, a mulher me chamou pra conversar e perguntar o que eu achava da situação, e o que ela deveria fazer.
Eu gostava muito dela, nos dávamos bem e tudo mais. Ríamos, muitas vezes bebíamos um vinho juntas...
Eu perguntei se ela realmente queria a minha opinião ou se ela queria um apoio para continuar na relação em que ela estava. Ela disse que queria a minha opinião.
Eu disse que ela deveria chamar a polícia e que aquele cara deveria ser preso.
Dois dias depois ela me botou pra fora de casa.
Eu tinha acabado de voltar de uma viagem, não tinha dinheiro no bolso. Ela tirou meu celular, a internet do meu quarto e disse que eu tinha dois dias pra sair da casa dela.
Eu me permiti ficar desesperada por aproximadamente 3 minutos. Mais do que isso eu não podia, porque precisava de um lugar pra ficar e ainda tinha 45 dias antes da minha passagem de volta ao Brasil (nesse período já sabia que seria de férias, pois já estava com tudo arranjado pra voltar pra lá).
Arrumei um lugar, organizei minhas coisas e saí da casa dela.
Só contei para os meus pais depois de estar instalada em outro lugar. Não tinha cabimento eu preocupá-los daquela forma se eles estavam tão longe. Foi difícil? MUITO. Mas eu superei e fiz tudo, com a ajuda de pessoas que nunca vou esquecer na vida.

Por último...
Eu tive umas crises de pânico fortes quando estava terminando o mestrado e, gradativamente, meu braço esquerdo parou de ter movimentos.
Começou com uma dorzinha que foi aumentando até eu não conseguir movimentar mais. Fiz massagens, tomei remédios e nada...
Meu orientador disse que eu não conseguiria terminar e eu tinha a passagem marcada para o último dia possível de utilizá-la. Não defender o mestrado no data prevista significava ter que comprar uma passagem de ida e volta de novo, coisa que eu não podia me dar o luxo, pois estava desempregada e meus pais tiveram que me mandar dinheiro (coisa que, ainda bem, quase não tiveram que fazer no meu período fora daqui).
Sofri muito, me superei em momentos que eu achava que não iria. 
Mas entreguei a dissertação, defendi e tirei o correspondente a um 8,0 aqui no Brasil. Honestamente, não é a nota que eu queria, fiquei brava e tinha raiva do resultado, mas olhando com mais calma, foi um baita de um resultado... 
né?

Fazia muito tempo que não pensava nessas coisas, mas quero usá-las de âncora.
Banalizar algumas, até! haha
*se eu consegui fazer tal coisa, é impossível que não consiga comer sem repetir*, e por aí vai!
hahaha

Boa semana!

***PS: se eu emagrecer nesse próximo sábado será uma baita conquista. Cobranças de perda efetiva, só a partir de sábado, dia 03/05 :-)


4 comentários:

  1. Rafa, sua história é incrível. Parabéns!

    Com certeza você é uma guerreira e venceu muito obstáculos.
    Você tem que se sentir orgulhosa!

    Beijos

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  2. Oi! Estava lendo alguns blogs e encontrei o link para o seu!

    Muito bom esse post, até me abriu os olhos para certas coisas, as vezes passamos por coisas tão difíceis, que não tem a ver com o emagrecimento, e conseguimos superar, e saímos delas muito mais fortes, encarar o emagrecimento assim é uma ótima ideia, ainda que seja difícil, que leve tempo, temos que lutar para chegar ao objetivo...

    Bjs

    http://danidomeujeito.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Obrigada pela visita Daniele!
      Seja sempre bem vinda...
      Vou conhecer o seu blog já :-)

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:-)